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SPVS promove capacitação sobre tecnologia aplicada à restauração da Mata Atlântica

Encontro teve como principal objetivo o compartilhamento de conhecimentos teóricos e práticos sobre o uso de tecnologias aplicadas em projetos de restauração e conservação da biodiversidade

Foto: Gabriel Marchi / SPVS

Nos dias 20 e 21 de outubro, a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), promoveu em uma de suas três reserva no litoral do Paraná, no Centro de Visitantes da Reserva Natural Guaricica, localizada no município de Antonina, um curso de formação em tecnologias voltadas à restauração ecológica.


A capacitação de sexta e sábado reuniu 42 pessoas de organizações do terceiro setor, representantes do poder público, universitários, entre outros parceiros da SPVS que trabalham com conservação da biodiversidade, especialmente, com foco na Mata Atlântica.


O curso em “Tecnologias em Restauração Ecológica” faz parte do projeto desenvolvido desde 2022 pela SPVS em parceria com o FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade), e conta com o apoio financeiro do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica.


O Projeto Mata Atlântica é uma ação do estado brasileiro, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), no contexto da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, no âmbito da Iniciativa Internacional de Proteção ao Clima (IKI) do Ministério do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha (BMU). O módulo de cooperação financeira, por meio do KfW Entwicklungsbank (Banco Alemão de Desenvolvimento) e intermédio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), foi estruturado em duas fases: sendo a primeira de 2014 a 2019 e a segunda, atualmente em execução, com expectativa de execução até dezembro de 2023.


Entre os participantes, estiveram parceiros da SPVS locais e atores de outras regiões, dentre eles, representantes do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), do Centro de Pesquisas Lactec, Iniciativa Verde, UFPR (Universidade Federal do Paraná), UNESP (Universidade Estadual Paulista), IFPR (Instituto Federal do Paraná) de Paranaguá, representantes da empresa local Içara, que trabalha com o processamento da polpa do palmito juçara, Instituto Giramundo Mutuando, Sociedade Chauá, além de comunitários locais.


O encontro teve como principal objetivo a transmissão e o compartilhamento de conhecimentos teóricos e práticos sobre o uso de tecnologias aplicadas em projetos de restauração e conservação da biodiversidade.


Entre os temas abordados, estiveram conceitos básicos sobre Sistemas de Informações Geográficas (SIG), sobre uso de aplicativos para planejamento e monitoramento da restauração ecológica como o Field Maps, uso de drones e de modelagens para definição de áreas prioritárias (metodologia InVEST), e também foi feita a demonstração de estudos de casos práticos e dos resultados de iniciativas e projetos que utilizam os métodos apresentados para integrar tecnologia com a conservação da natureza e, com isso, melhorar os resultados em favor da biodiversidade.


Foto: Gabriel Marchi / SPVS

Rodrigo Condé, engenheiro florestal e consultor na SPVS, destacou que foi feito um momento prático com o uso de drones, em que foram apresentadas ao grupo informações sobre legislação para o uso da ferramenta, dicas para elaboração de planos de voo, modelos de equipamentos e formas de manuseio. A prática foi ministrada com o apoio de Marlon Prestes, especialista em geoprocessamento na SPVS.


Ricardo Britez, consultor responsável por questões técnicas dos trabalhos de restauração na SPVS, também apresentou um momento prático, em que expôs ao grupo as áreas da SPVS que estão passando por processos de restauração ecológica, com o uso do Field Maps em tablets. “Explicamos ao grupo que um projeto de restauração ecológica passa por várias etapas, como planejamento, execução e monitoramento, por exemplo. E envolve uma grande quantidade de dados que precisam ser coletados, organizados, analisados, além de serem espacializados (ou mapeados). Para isso, a ferramenta mais eficaz é o Sistema de Informações Geográficas, o SIG”, disse.


Ricardo disse que são utilizados vários aplicativos, desde os que coletam os dados no campo, a partir do uso de tablets ou celulares (field maps), nos quais toda a informação necessária já é transferida para o sistema que vai fazer a avaliação posterior em outros aplicativos. “Os dados são armazenados na nuvem, diminuindo significativamente a possibilidade de perda da informação e de várias etapas, como por exemplo, a transcrições de informações. Como o sistema é integrado, é possível avaliar diariamente a evolução dos processos de restauração, obtendo dados de quantas mudas foram plantadas e onde, quantas sobreviveram, se é necessário fazer alguma atividade de campo para melhorar a atividade, quanto tempo e quantas pessoas estão trabalhando, quanto tempo vai demorar para plantar cada área, quando é preciso fazer a manutenção das mudas, e muitas outras informações úteis para a gestão do projeto”, disse.


Entre os anos de 2022 e 2023, foram realizadas cinco capacitações, em 15 dias, pelo FUNBIO, todas na Reserva Natural Guaricica ou na Reserva Natural das Águas, ambas em Antonina, reunindo a soma de 159 pessoas capacitadas em todas elas.


Foto: Gabriel Marchi / SPVS

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